Isupério, que saiu do país por conta de ameaças e vive em Nova Iorque, expôs um nazista e recebeu outra ameaça de morte.
Atenção, contém gatilho de racismo e discurso supremacista!
Antonio Isupério, arquiteto brasileiro, ativista, negro, LGBT+, diretor do Retail Design Institute Brasil, integrante da equipe de consultoria da jornalista e consulesa francesa, Alexandra Loras, foi vítima, através do Instagram, de ameaça de morte com cunho supremacista. Essa mensagem foi enviada por um homem identificado como Aristides Braga.
Nas redes sociais é possível ver que Aristides é filho de Alexandre Braga, comissário da Polícia na Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul.
Como surgiu a ameaça:
Em 31/08/2021 Antonio Isupério expôs o post de Israel Soares (21 anos), que faz declarações e saudações nazistas. Três dias após a denúncia, Israel sofre mandado de busca e apreensão em casa ao ser suspeito de cometer apologia ao nazismo. Foram apreendidos HD’s, celulares, computadores, rádios comunicadores, pendrives, canivetes, nunchaku (uma arma utilizada para artes marciais), cartões de memórias e capacetes similares aos de militares. Israel continua livre.
O post é excluído pelo Instagram e Antonio Isupério reposta o vídeo que está nesse link:
No mesmo dia do post (31/08), o ativista começa a receber uma série de ameaças em seu Instagram, mas uma em especial chama atenção pela sua gravidade.
Aristides Braga, morador de Novo Hamburgo envia por inbox para Antonio a amensagem abaixo:
Além disso, Isupério alerta sobre a pesquisa de Adriana Dias que demonstra a existência de mais de 330 células neonazistas no Brasil, que crescem desde 2019, alimentadas por discursos do atual presidente, segundo o jornal El País.
No mês de setembro, o ativista teve sua conta suspensa do Instagram pela denúncia de discurso de ódio, mas a conta retornou alguns dias depois. Antonio Isupério é um ativista de direitos humanos, negro, LGBT+ e utiliza seu Instagram como plataforma de exposição dos casos de violência que acontecem corriqueiramente nas redes sociais. Sempre levantando pautas importantes, foi ele que expôs Victor Sorrentino (o médico que foi preso no Egito) por sua fala misógina, assim como Sikêra Júnior, por suas falas homofóbicas, sendo, inclusive, um dos autores de tal processo arquivado no Ministério Público contra o apresentador.
Também em vídeo no Instagram, o ativista lembra que o Brasil é um dos mais perigosos para LGBT’s, negros e ativistas pelos Direitos Humanos, e lembra que nem as conquistas o afastam das ameaças. “A gente alcança aqui quase um milhão de pessoas todos os meses. Temos artigos publicados, nosso trabalho tá sendo referência em programas de TV e jornais impressos e mesmo assim nossa conta segue sendo ameaçada”, conclui.
Antonio deu entrada no Ministério Público com o protocolo MPF 20210079114 e aguarda por uma resposta da instituição.
Imagem em destaque: Reprodução