O lançamento acontece neste sábado através de uma plataforma online
Com o objetivo de contar a história de mulheres negras que participaram ativamente na construção política, educacional, social e cultural do Brasil, o livro foi construído de forma colaborativa por 70 mulheres, entre escritoras e ilustradoras, e conta com 41 biografias. Entre elas estão Clementina de Jesus, Benedita da Silva, Carolina de Jesus, Lélia Gonzales, Mãe Stella de Oxóssi e Marielle Franco.
O Narrativas Negras foi desenvolvido a partir de um trabalho acadêmico de Isadora Santos, designer gráfica e idealizadora do projeto, no qual ela deveria produzir um livro. Ela relata que não gostaria que fosse apenas um projeto engavetado e decidiu convidar outras mulheres para participar da produção do livro.
Isadora também conta que as referências históricas contidas no livro são essenciais para que pessoas negras se olhem e se entendam como pessoas pretas. Já para as pessoas não negras, ele é importante para para que eles compreendam e deem valor a cultura e a história negra. “Hoje, temos muitos desejos e sonhos com o Narrativas Negras e ainda não chegamos nem na metade do caminho e das realizações que nos esperam! Cada um dos nossos que vai ao chão, semeia potência para que tenhamos força para virar o jogo! No final, tudo se resume a Ubuntu: eu sou porque você é!”
Júlia Rodrigues, uma das co-fundadoras do projeto conta que foi criado um financiamento coletivo para arcar com os custos de impressão e revisão do livro. Ela também explica que agora a sensação é de dever cumprido e que para ela é importante ouvir pessoas pretas dizerem que se reconheceram no livro, além de afirmarem que ele é necessário no processo identitário de crianças e adolescentes. “Foi muito legal essa construção. Apesar das nossas dores, saber o que a gente estava fazendo e hoje está com ele pronto e em mãos, é muito importante para gente e para o movimento preto”.
O evento acontece neste sábado às 19h, através de uma plataforma online, e conta com duas salas interativas nomeadas como sala Lélia Gonzalez e Carolina Maria de Jesus, que serão usadas para uma conversa sobre a vida das mulheres pretas presentes no livro. As salas serão mediadas pelas convidadas Tati Nefertari, membra da Ujima Povo Preto e responsável pela Biblioteca Comunitária Assata Shakur, Nonny Gomes, bacharel em direito e criadora de conteúdo do podcast DepoisdaRoda, e Gabi Coelho, jornalista no Estadão Verifica e editora no Favela em Pauta.
Para quem é de Belo Horizonte é possível adquirir um combo que dá acesso ao lançamento, livro físico e um lanche do Back to Black Afropub, restaurante na capital mineira que promove o empoderamento e exalta a cultura negra através de shows, performances, rodas e saraus.
*Imagem em destaque: Reprodução/Narrativas Negras