Renata Souza (Psol), respondeu às perguntas do público e pontuou seus principais planos caso seja eleita no Giro nas eleições 2020, organizado pela Casa Fluminense e ONG Ciudadanía Inteligente.

O segundo dia de encontros com candidatos à prefeitura do Rio de Janeiro aconteceu nesta quarta-feira, 14, e contou com a presença da candidata Renata Souza (Psol). Organizado pela Casa Fluminense e pela ONG Ciudadanía Inteligente, junto à mais outras vinte organizações sociais atuantes na cidade, o Giro nas eleições acontece no mês de outubro com transmissão ao vivo pelo Facebook e YouTube da Casa Fluminense. A cobertura completa pode ser acompanhada no perfil Twitter do Favela em Pauta.  

Além da cobertura no Twitter, acompanhe algumas perguntas que foram respondidas pela candidata Renata Souza (Psol), a primeira mulher negra presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ), e conheça um pouco mais sobre o seu plano eleitoral. 

A candidata Benedita da Silva (PT) foi a primeira convidada do Giro 2020, que ainda terá Eduardo Paes (DEM) e Marta Rocha (PDT) durante o mês de outubro. 

#Gironaseleições: Caso eleita, como seria a participação da sociedade civil na construção do plano de metas e qual é o espaço que a sociedade civil teria dentro do mandato da senhora? (Maria Luiza Freire, representando a Fundação Cidadania Inteligente)

R.: Eu não poderia deixar de fazer uma ressalva antes de responder a pergunta: hoje é dia 14. É dia que a gente precisa efetivamente  continuar questionando “quem mandou matar Marielle?”. E faço isso porque sei o meu lugar nesse conjunto de mulheres pretas que estão se colocando à frente da luta política. 

No sentido de construção de política que queremos para o Rio de Janeiro que queremos, por óbvio, a participação popular precisa ser central, precisa estar construída a partir de uma lógica democrática de cidade. A gente precisa traçar um plano estratégico para a nossa cidade onde as diretrizes e bases daquilo que os territórios têm como prioridade é essencial. Temos três estratégias específicas: que é um planejamento e ação direta, transparência, que é fundamental, e, acima de tudo, a participação popular como um método de conduzir a política no Rio de Janeiro. 

A candidata do PSOl iniciou seu discurso questionando: “Quem mandou matar Marielle?” Imagem: Reprodução Instagram

#Gironaseleições: Quais serão as ações da candidata para superar as desigualdades que os indicadores apontam entre os territórios da cidade do Rio? (Francisco Jorge, representante do SerCidadão e morador de Santa Cruz) 

R.: A desigualdade se territorializa de uma forma muito concreta na cidade do Rio de Janeiro. A gente observa que, por exemplo, nessa pandemia causada pelo Coronavírus, tivemos a desigualdade apontando onde estava exatamente quem morreria num cenário como esse. Não à toa, o IPEA apontou que 80% das mortes em consequência do Covid-19 ocorreram exatamente na Zona Oeste e na Zona Norte do Rio. A gente vive numa cidade onde a desigualdade social foi estruturada como política pública e isso tem a ver com os processos de corrupção que se orientaram à partir das máfias: no transporte, na saúde, nos grandes empreendimentos imobiliários que aproveitaram também para fazer dessa cidade um grande balcão de negócios, inclusive com a especulação imobiliária. Por esses motivos,  a desigualdade social é um tema colocado em todas as nossas esferas e áreas que a gente pensou ao formular o nosso plano de Governo para o Rio. 

A desigualdade territorial foi um dos tópicos do Giro 2020 com a candidata Renata Souza (Imagem: Divulgação Seop / Prefeitura do Rio)

#Gironaseleições:  Com a questão dos congelamentos dos gastos e as reduções dos repasses ao Ministério da Saúde, gostaria de saber como a candidata pretende equalizar esse cenário de queda de recursos e ampliar o acesso com qualidade ao atendimento da atenção básica de saúde para toda a população? (Raquel Ribeiro, CECIP)

R.: Sem dúvida nenhuma o tema da atenção básica é central. Quando a gente fala de saúde pública, nunca pode-se dizer que é gasto: saúde pública é investimento. Nesse sentido, nosso programa prevê sete bilhões e meio de reais para a saúde já no primeiro ano de Governo. Porque a gente entende que isso é investimento, é prevenção. A gente vai recontratar, inclusive, Raquel, as duzentas equipes de saúde da família que foram mandadas embora, antes mesmo da pandemia, de maneira covarde. Essa prioridade também será dada para que a prefeitura retome seu papel de protagonista na gestão da saúde, isso quer dizer que as organizações sociais não mandarão na saúde pública do Rio de Janeiro, será a prefeitura a partir do Riosaúde, da valorização dos trabalhadores da saúde e entendendo que a atenção básica é o caminho para as populações, inclusive,  mais pobres. Zerar a fila do SISREG (Sistema de Regulação) também é algo central na saúde do Rio, principalmente para aqueles que precisam de atenção mais imediata. Nosso governo não terá guardião, não terá Márcia, nosso governo terá a participação direta da população.

Raquel Ribeiro representou o CECIP ao questionar sobre a saúde básica (Imagem: Mayara Donaria)

#Gironaseleições: Quais seriam as estratégias de territorialização relacionadas a distribuição de orçamento, pensando tanto em equipamentos culturais, como também editais? (Priscila Rodrigues, Observatório de Favelas) 

R.: Quando a gente fala de juventude, cultura e possibilidades de experimentar a cidade, a gente está falando exatamente de olhar essa escola como um polo cultural, a gente tá pensando na cultura como um ecossistema que tem que estar essencialmente ligado ao território e à cultura que já existe naquele espaço e que muitas vezes é invisibilizado pela própria prefeitura. 

Representando o Observatório das Favelas, Priscila Rodrigues apontou as necessidades culturais (Imagem: Mayara Donaria)

#Gironaseleições:  Como retomar a geração de emprego, trabalho e renda no Rio de Janeiro? Além disso, fazendo recorte geracional e racial, quais propostas e medidas são viáveis para impulsionar a juventude preta e periférica a ocupar os empregos formais? (Joyce Trindade, co-fundadora do projeto Manivela)

R.: Antes da pandemia a gente já tinha um cenário de completo desemprego na cidade e a pandemia só piorou essa situação. A gente está pensando no poder de compra e de investimento da própria prefeitura para que a gente possa gerar poder e renda. Queremos construir um polo industrial da saúde no Rio de Janeiro, o que vai gerar emprego desde o início, com a própria construção civil, até cientistas renomados. A gente quer construir uma prefeitura que não ignore a ciência e a tecnologia. Por outro lado, também para que a gente possa ter emprego e renda, a gente está pensando na infraestrutura básica de saneamento básico. Quando a gente fala de saúde, sabemos que um dos grandes temas para prevenção em saúde pública é justamente o saneamento básico. Quando a prefeitura se organiza  Para ela própria criar toda uma infraestrutura de saneamento, a gente gera emprego no local em que o saneamento básico está sendo formulado. 

Clique aqui para conferir o evento completo.

A Casa Fluminense comparou se as propostas da candidata Renata Souza estão de acordo com a Agenda Rio de 2030.

Na próxima semana, 22/10, às 10h30, o candidato Eduardo Paes (Democratas) será o convidado do terceiro dia do evento #Gironaseleições!

*Foto em destaque: Mayara Donaria 

Bastidores do FP

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